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terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PALESTRA: Mulher. Cada uma tem a sua história

NONSANTA CONVIDA!

Venha participar da palestra com Mara Camargo, psicóloga com dez anos de experiência em grupo-terapia para mulheres. Seu trabalho com grupo de mulheres é feito através de histórias, mitos, contos de fadas e lendas, onde todas as mulheres independentes de idade, crença, raça, cultura se identificam.



RESGATANDO A MULHER SELVAGEM

Sensações de vazio, fadiga, medo, depressão, fragilidade, bloqueio e falta de criatividade são sintomas cada vez mais freqüentes entre as mulheres modernas, assoberbadas com o acúmulo de funções na família e na vida profissional. Esse problema, no entanto, não é recente ele veio junto com o desenvolvimento de uma cultura que transformou a mulher numa espécie de animal doméstico. Ao nos deixar domesticar nos afastamos da nossa natureza, a natureza instintiva da mulher selvagem.


Mas então, o que é a mulher selvagem? Ela é a alma feminina, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é à força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngües: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussurra em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro, no terreno da alma da mulher, pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, liberta-lá e amá-la.

Ela é idéias, sentimentos, impulsos e recordações. Ela ficou perdida e esquecida por muito tempo. Ela é a fonte de luz, a noite, a treva e o amanhecer. Ela é o cheiro da lama boa e a perna traseira da raposa. Os pássaros que nos contam segredos pertencem a ela. Ela é a voz que diz, “por aqui, por aqui,”.

Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela é a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É a procura dela que saímos de casa. É a procura dela que voltamos para casa. Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias. Ela é a mente que nos concebe; nós somos os seus pensamentos.

Onde ela está presente? Onde se pode senti-la? Onde se pode encontrá-la? Ela caminha pelos desertos, bosques, oceanos, cidades, nos subúrbios e nos castelos. Ela vive entre rainhas, entre camponesas, na sala de reuniões, na fábrica, no presídio, na montanha da solidão. Ela vive no gueto, na universidade e nas ruas. Ela deixa pegadas para que possamos medir nosso tamanho. Ela deixa pegadas onde quer que haja uma única mulher que seja solo fértil.

Onde vive a mulher selvagem? No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e no oceano. Esta na mudança das estações. Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem um lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora.

Você quer evidências, uma comprovação da existência da mulher selvagem que existe dentro de você? Cada uma e todas nós comprovamos não só a existência da mulher selvagem, mas também a sua condição em termos coletivos. Nossas experiências internas e externas com ela são essas provas. Nossos milhares e milhões de encontros intrapsíquicos com ela, em nossos sonhos noturnos e pensamentos diurnos, em nossos anseios e aspirações, são a confirmação de que ela existe. O fato de nos sentirmos desoladas na sua ausência, de ansiarmos por sua presença quando dela estamos separadas - essas são manifestações de que ela esteve por aqui.